“O centralismo é evidente. Não há forma de esconder”. Portugueses querem a regionalização

“O centralismo é evidente. Não há forma de esconder”. Portugueses querem a regionalização
| Porto
Maria Abrantes

Seja no que diz respeito ao aproveitamento de fundos europeus ou na ideia de uma maior autonomia, a maioria dos portugueses parece estar a favor da regionalização, como mostra uma sondagem da associação SEDES e a auscultação de alguns portuenses pelo Porto Canal.

 
 
 
Ver esta publicação no Instagram
 
 
 

Uma publicação partilhada por Porto Canal (@porto.canal)

“Eles é que mandam em tudo. Dinheiros, licenças, tudo e mais alguma coisa”, é a opinião de José Ferreira, comerciante, para quem a regionalização já devia ter acontecido “ontem”.

É, aliás, opinião generalizada pelas ruas da cidade do Porto, entre cidadãos de diversas idades, uns que esperam há décadas pelo afastamento do Poder Central, outros que começaram agora a pensar sobre o tema, atentos aos debates rumo às legislativas de março.

“Apesar de sermos um país pequenino e de parecer, à partida, que não faz sentido, acho que acabamos por ter muitas especificidades, em cada uma das regiões, e que acaba por fazer algum sentido” (a regionalização), é a opinião de Judite Neiva, jovem atenta às campanhas partidárias que agora decorrem.

O mesmo não pensa André Braga, para quem a regionalização não faz tanto sentido, dada a dimensão do país, mas adepto da ideia de descentralização de competências em várias áreas, dando inclusive o exemplo da Federação Académica do Desporto Universitário, descentralizada de Lisboa para Aveiro, em 2022.

Mas, o fenómeno do centralismo “é evidente”. Para Isaura Freitas, “é terrível” e “não há forma de esconder”.

Portugal é um dos países mais centralistas da Europa. A conclusão é da OCDE, que recomenda reformas para inverter a tendência, mas o processo de regionalização tem vindo a ser sucessivamente adiado pelos vários governos.

A Regionalização começou a fazer parte da agenda política logo após o 25 de Abril de 1974. O processo, apontado como “chave” para o desenvolvimento do país, já estava previsto na primeira versão da lei fundamental que em 1976 a Assembleia Constituinte aprovou, contudo, quase 48 anos depois, a ambição permanece no papel. A dois meses do 50.º aniversário do 25 de Abril, esta é a forma mais adiada e que mais adiou Portugal.

+ notícias: Porto

Estudantes barricados acusam faculdade da U.Porto de "atitude antidemocrática"

Os estudantes que ocupavam desde quinta-feira as instalações do departamento de Ciências e Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto desmobilizaram esta terça-feira, após a intervenção policial.

Faculdade da U.Porto retoma atividades em pleno após protesto estudantil

A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa desbloqueou esta terça-feira o acesso a um dos edifícios condicionado há três dias pelo protesto dos 'Estudantes pelo Fim ao Genocídio e pelo Fim ao Fóssil’.

Demolição Edifício Transparente. “O mar sobe mais nos municípios que não são dos partidos do Governo”

A Assembleia Municipal do Porto aprovou por unanimidade, na noite desta segunda-feira, prorrogar até 2025 a concessão do Edifício Transparente, na Foz do Douro. A demolição da estrutura está prevista até 2028 no Programa da Orla Costeira de Caminha - Espinho (POC-CE), que mereceu críticas do presidente da autarquia.