Moreira diz que preservar Noêda, em Campanhã, é sustentar o “urbanismo dos pobrezinhos”

Moreira diz que preservar Noêda, em Campanhã, é sustentar o “urbanismo dos pobrezinhos”
| Porto
João Nogueira

A chegada da alta-velocidade à Estação de Campanhã é vista com preocupação pelos moradores que temem a perda dos traços rurais que definem aquela zona oriental da cidade. A propósito de uma recomendação levada pela CDU à reunião de Câmara do Porto desta segunda-feira, Rui Moreira declarou que "preservar a Noêda tal como se encontra, é sustentar o 'urbanismo dos pobrezinhos'" e rejeitou a possibilidade de uma via alternativa.

As preocupações da comunidade da Noêda foram levadas a discussão pela vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, que destacou a importância de preservar os traços rurais daquela área, expondo ao Executivo as características da zona, desde o núcleo habitacional, a escola e os lavadouros e todo o núcleo agrícola.

Moreira assegurou que elementos históricos serão mantidos na proposta do Plano de Urbanização de Campanhã, com a requalificação de toda a área envolvente, incluindo a preservação das hortas e a criação de uma área verde.

“As hortas vão-se manter e vai ser requalificada toda a área envolvente, sendo prevista uma área verde, de características lúdico-produtivas, onde as hortas existentes são valorizadas e reforçadas, contribuindo para a melhoria paisagística da frente verde prevista entre a VCI e a nova via de ligação à Estação de Campanhã”, declarou o autarca.

A passagem do TGV pela Estação de Campanhã vai obrigar a uma remodelação daquela área. O Plano de Urbanização de Campanhã, apresentado em janeiro deste ano pela autarquia, onde está presente uma maquete do projeto, implica uma verdadeira revolução urbanística.

No futuro espera-se que a estação de Campanhã ganhe duas faces, com a extensão do edifício para oriente. Além dos novos carris para o TGV, que vão obrigar a expropriar algumas habitações, está prevista uma “nova Rua do Freixo”.

Moreira sublinhou que as soluções propostas para Campanhã foram “profundamente estudadas no âmbito da elaboração do PDM”, defendendo que “preservar a Noêda tal como se encontra, é sustentar o urbanismo dos pobrezinhos”, uma vez que não são garantidas as infraestruturas urbanas necessárias.

Essa nova via preocupa os moradores, mas Rui Moreira esclareceu que a mesma já estava proposta no PDM desde 2006: “Foi mantida como válida e necessária no PDM atual, em vigor desde julho de 2021”, acrescentou o autarca, lembrando que o traçado do TGV e o projeto para Campanhã foi objeto de um processo participativo durante a elaboração do PDM.

“A via proposta, tem as características de um arruamento urbano convencional, servindo de suporte a uma nova frente urbana que colmata a malha urbana existente a poente. Quanto às expropriações, serão necessárias algumas, que ainda não estão contabilizadas”, considerou o autarca.

Até ao momento, o presidente da Câmara do Porto disse que não foram recebidas participações formais, mas todos os contributos serão analisados e ponderados num novo período de consulta pública.

Deslocação da Moagem Ceres

Outra das preocupações levantadas na recomendação da CDU prende-se com a deslocação da fábrica de moagem que ladeia com a Estação de Campanhã, que vai dar lugar aos novos edifícios complementares à estação.

“A moagem Ceres vai ter de ser deslocada, uma vez que este tipo de indústria implica grandes movimentos de pesados pela frágil estrutura urbana existente, não sendo compatível com o preconizado para a zona”, afirmou Moreira, informando que esta questão será articulada com os proprietários para que a fábrica mantenha a atividade, importante para o abastecimento e fornecimento de farinha para a zona Norte.

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