Pronta a avançar, reforma no trânsito do Grande Porto promete aliviar VCI

Pronta a avançar, reforma no trânsito do Grande Porto promete aliviar VCI
| Porto
João Nogueira

Uma reforma profunda na política de portagens no Grande Porto há muito está em cima da mesa, mas, apesar de ser considerada fundamental para aliviar o congestionamento do trânsito na VCI, nunca chegou a avançar por desacordo entre municípios. Agora, parece haver finalmente um consenso que promete lançar um novo capítulo na mobilidade metropolitana.

“Agora estou mesmo convencido que se vai fazer”. As palavras são do presidente da Câmara do Porto durante a reunião da passada segunda-feira, durante a discussão das medidas a implementar para o alívio do congestionamento da VCI.

 
 
 
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Em 2020, após anos de crescimento do trânsito nas principais vias da área metropolitana do Porto, com centro na VCI, foi criado um grupo de trabalho que incluía os municípios do Porto, Matosinhos e Maia e a Infraestruturas de Portugal. O objetivo era encontrar soluções para o trânsito, que chegaram a ser divulgadas num documento com um conjunto de propostas.

Mas o processo nunca chegou a andar para a frente, com o presidente da Câmara do Porto a responsabilizar Matosinhos e o Governo pelos atrasos.

No final de janeiro, a Câmara de Matosinhos rejeitou o “passa-culpas” e explicou que não se opõe ao projeto para retirar os veículos pesados da VCI.

O assunto voltou então a ser discutido na reunião da Câmara do Porto da passada segunda-feira, com Rui Moreira a dizer que leu “com profunda estranheza” as declarações, mas que ficou “todo contente” e por isso não perdeu tempo: “Afinal não temos problemas e já se pode concretizar (...) e por isso comuniquei ao secretário de Estado Frederico Francisco que já se podem fazer” as reformas ao nível do trânsito no Grande Porto.

As mudanças em cima da mesa

O grupo de trabalho de 2020 propõe um conjunto de 27 medidas baseadas em três áreas temáticas: gestão de portagens, melhorias de infraestrutura e a sua gestão.

O uso forçado da VCI para evitar o pagamento em pórticos está desde cedo identificado como um dos fatores mais relevantes na dinâmica da circulação rodoviária que contribui para o forte congestionamento diário da principal infraestrutura rodoviária interna da cidade do Porto.

A proposta do grupo de trabalho, que se apresenta como a mais exequível, assenta na redução tarifária no último pórtico sul da A28, na introdução de um novo pórtico na A28, a sul da interseção com a A41, na eliminação dos dois pórticos existentes no tramo poente da A4 e na introdução de um novo pórtico entre a A4 (nascente) e a A3 (tramo sul).

Porto Canal

Veículos pesados com portagens na VCI

Apesar de a proposta não constar da lista do grupo de trabalho da VCI, o movimento de Rui Moreira aprovou, na passada semana, uma moção que prevê a criação de portagens na VCI para veículos pesados. Procura-se assim enfrentar os problemas de trânsito na via e desencorajar o seu atravessamento "como passagem".

O objetivo passa por “inibir o recurso a esta como via de passagem, através da aplicação de taxas dinâmicas definidas em função do nível de serviço registado naquela infraestrutura”.

PS promete eliminar portagens nas antigas SCUT

Com as eleições à porta, também já há promessas para eliminar todas as portagens nas antigas autoestradas sem custos para o utilizador (SCUT) no interior do país e no Algarve.

A pretensão foi partilhada por Pedro Nuno Santos no final de janeiro, altura em que o secretário-geral do PS reiterou que não irá limitar-se a reduzir as portagens no interior, um esforço que se tem feito ao longo dos últimos anos: “Nós não vamos reduzir mais as portagens no interior. Nós vamos eliminar as portagens no interior do país e no Algarve". Em causa estão A22, A23, A24, A25 e a A4, que têm aproximação ao Porto.

CREP de fora

Fora dos planos do Partido Socialista está, por enquanto, a supressão das portagens na Circular Regional Exterior do Porto (CREP), ou A41, que liga Matosinhos a Espinho.

Várias autarquias, como o Porto, reclamam a medida como forma de desincentivar o atravessamento da área central da Área Metropolitana por veículos ligeiros e pesados que poderiam utilizar a circular regional.

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